Depois de um tempo sem nada, volto com uma experiência e uma Crônica completamente nova.
Não é de hoje que a falta de detalhes e familiarização com lugares me incomoda bastante. Viajar pelo mundo é muito legal explodindo coisas e tudo o mais. Ter personagens de vários lugares do mundo e suas particularidades relacionadas à sua nação e cultura os tornam bem divertidos de manusear. Contudo, sempre ficamos num nível mais superficial da alma dos personagens. Quantas vezes não nos pegamos justificando as ações de nossos personagens pelos estereótipos que nós temos das nações em que eles estão situados, ou então das Tradições, Clãs ou Tribos em que estão envolvidos? Diversas vezes. Além disso, boa parte dos aspectos de jogo de Mago (e outros) nos fugiu das mãos justamente pela nossa insaciável vontade de explodir coisas: sempre personagens poderosos, ou, quando não poderosos, ficando poderosos rapidamente.
Não que eu queria acabar com isso, mas eu quero algo diferente, uma possibilidade nova de jogo. E é pensando nisso que eu trago uma Crônica ambientada em Votuporanga.
Limitando a Crônica a uma cidade (ou cidades, se levarmos em conta a região) podemos nos focar em aspectos mais fundamentais dos personagens. Eu andei pesquisando sobre Votuporanga e montei um Cenário baseado na história da cidade e região, acho que vale a pena dar uma chance pra ela. Também, obviamente pelo tamanho da cidade, o número de personagens Despertos será bem reduzido, além da experiência cultural deles e a variedade de Tradições. Acredito que, dessa forma, nós focaríamos as diferenças entre os personagens mais em situações vividas do que barreiras culturais forçadas.
Eu pretendo fazer algo mais focado nos personagens e em experiências mais delicadas de personalidade. Ao invés de traçar uma linha de bem x mal (que, sim, era feito assim), eu gostaria de não ter linha alguma e focar em descobertas pessoais e mudanças graduais. Com isso, inclusive, pretendo tornar as cenas conjuntas menos frequentes (ou a necessidade de todos estarem presentes nas cenas conjuntas), o que pode facilitar a entrada e saída de personagens, assim como as faltas caso necessárias.
Por exemplo: Frejat mora longe e resolve jogar. Ele poderá vir uma vez a cada 45 dias. Seu personagem pode se ausentar durante um tempo devido a diversas obrigações mundanas (ou não, mas é mais provável que seja). E, mesmo in on, ele pode chegar e falar: “E aí? O que eu perdi?”. Quando os personagens andavam juntos a maior parte do tempo tentando salvar o mundo do mal maligno azedo do inferno avesso, criava-se um certa necessidade de estarem todos os personagens aptos e cientes do que acontecia (e, caso o jogador seja faltoso, não o tornaria apto e ciente sobre tudo). Então, mantendo essa proposta, dou mais vazão às faltas e, assim, reduzo as possibilidades de não haver sessão. Pretendo realizar sessões com até 2 jogadores.
Começaremos a jogar, se quiserem, depois do casamento. Isso é legal também: comigo e Kao morando juntos e tendo a nossa casa, a possibilidade de horários se elastecem de forma dramática ao invés do clássico domingo das 18 às 22.
E, para variar, preciso dos personagens de vocês para terminar de montar o Cenário e as necessidades dele.
Às regras, então:
Nacionalidade: você é residente “permanente” de Votuporanga. Tente ser brasileiro.
Tempo de Desperto: Todos são recém-Despertos. Um ano no máximo.
Tradições: Ordem de Hermes (1), Coro Celestial (1), Vazios (2), Órfãos (sem limite), Oradores dos Sonhos (3). O número ao lado é o limite de Magos dessas “Tradições”. O Hermético e o Corista têm ordens específicas que serão ordens dos seus personagens caso os escolherem.
Atributos: 6/4/3.
Habilidades: 11/7/4.
Regra Nova: quero testar a regra que veio no V20. Então NÃO coloquem pontos em Esquiva, essa Habilidade não será mais usada, para esquivar vocês utilizarão Esportes. No lugar de Esquiva, coloquem “Empatia”.
Antecedentes: 7. Maravilha está vetado.
Arete: 1 ponto e só.
Esferas: 2. A especialização e uma outra.
Pontos de Bônus: 18.
Qualidades e Defeitos: 3 de cada no máximo, pode não ter também. Além disso, várias não serão permitidas. Coloque a mão no cérebro e deixe o bom-senso te guiar, caso eu não queria alguma, eu falarei.
Rotinas: 3 pra cada nível de Arete.
Eu gostaria de uma descrição detalhada do Despertar dos personagens, seja oral ou escrita, para ter uma ideia de como os personagens são. Pensem com carinho nesse momento e levem em considerações algumas coisas fundamentais. Eu, durante um tempo da minha adolescência, foi Satanista. Tenho consciência que, se eu tivesse Despertado nessa época, eu teria uma magia bastante diferente daquela que eu teria se Despertasse hoje, por exemplo. É uma questão de como e porquê que empurra seu Mago em algum caminho específico.
Claro que Magos são humanos e eles mudam, mas, como vocês são recém-Despertos, a sua vida recente é muito importante para a formação mágica dele. Ainda mais num ambiente com poucas oportunidades de facções e formas diferentes de se fazer magia. Lembrem-se que, por mais que nós saibamos que é a vontade do Mago que faz a magia, o seu Mago não sabe e, se ele consegue enxergar as doenças de qualquer um esfregando um ovo pelas costas do enfermo, ele continuará a fazer isso. É difícil alguém que abriria a mão de algo milagroso só porque outra pessoa diz que existem outras formas.
Quer dizer, ainda pode-se ouvir com atenção e tratar com respeito, mas não quer dizer que você vá começar a fazer como o outro automaticamente.
Tentem também em pensar em coisas que, depois de Desperto, seu Mago iria atrás. Agora ele não só consegue fazer magia, ele também enxerga o mundo de outra forma. Como naquela cena de Matrix em que o Neo começa a ver tudo em código digital. Você vê o mundo de outra forma e, por isso, consegue alterá-lo. Você ainda tem emprego, ou estuda, mas como você concilia sua porção mágica com o seu tempo livre? Você está em busca do quê? Ninguém simplesmente descobre como se faz coisas milagrosas e fica por isso mesmo.
É isso.